quarta-feira, 13 de junho de 2018

Primeiro Bodyboarder do ES comemora aniversário


Dener Vianez comemora aniversário e o BB Capixaba dá o presente em forma de reconhecimento.

Todo mundo comemora aniversário, mas só um aniversariante pode ter o peso do cara que começou tudo o que temos hoje no BB Capixaba. Estamos falando de Dener Vianez, fotógrafo conhecido nos picos de ondas do ES e o cara que nada mais nada menos, trouxe o Bodyboarding para nosso Estado na década de 1980. Na semana em que completa 56 anos, nascido em 11/06/1962, ele merece o reconhecimento e o parabéns de cada Bodyboarder que hoje pega onda nos picos do ES. Denner foi visionário, corajoso e deve servir de inspiração para cada jovem que inicia suas manobras nas Escolas de Bodyboarding, cada competidor que entra na bateria, cada dirigente, enfim, cada apaixonado pelo esporte. Se hoje o Bodyboarding se fortalece a cada dia em nosso Estado, é porque um dia alguém motivado pelo movimento que começava no Brasil todo, resolveu pegar uma “Morey Boogie”e cair no mar. Conheçam um pouco desta história neste relato emocionante e emocionado do próprio Dener Vianez.

“Meu primeiro contato com o bodyboarding foi na Revista Visual Esportivo na década de 80. E nesta época eu já ia com meu irmão surfar e foi nesta mesma época em que eu comecei a fotografar também. E num belo dia andando no Shopping Centro da Praia, vi na loja do meu amigo Tony Louzada que tinha a loja Waves Tony. E vi uma prancha de bodyboarding Ausie, nesta época não tinha muita noção se o bodyboarding tinha o mesmo sistema de tamanho das pranchas de surf, para mim era só entrar na onda e fazer as manobras que sempre via nas revistas. Mas tinha um detalhe as fotos que eu sempre via eram em ondas grandes, mas eu não estava nem aí, queria aquela prancha.

Ai numa noite de sexta feira na Praia do Canto devia ser quase meia noite e aparece Tony Louzada dono da loja Waves e me pergunta:

__ fala ae Dener!! Tudo certo. Você viu a prancha de Morey Boogie (como era chamado na época) que chegou lá loja ontem?

__ tudo certo Tony. Eu vi sim. Na segunda vou lá comprar ela.

Na mesma hora Tony responde.

__ Ae está afim de pegar ela agora, depois você me paga.

__Pô Tony, agora o shopping ta fechado, não dá né.

__que nada vamos lá que eu falo com o vigia eu entro na loja e pego a prancha. Ta afim???

__ Claro, vamos lá.

Eu quase nem acreditava que estava acontecendo. Sentia uma forte atração por aquele esporte novo que estava surgindo no Brasil. Não sabia o porque mas queria aquela prancha de qualquer maneira.

Meia noite estava eu lá fora do Centro da Praia numa madrugada. Não demorou muito lá veio Waves Tony (como era carinhosamente chamado pelos amigos) com a Ausie debaixo do braço.

Ele me entregou e fui direto para casa amarradão. No outro dia estava eu lá em Jacaraípe na praia do Barrote. Mas mal sabia eu que não seria nada fácil.

Lá fui eu amaradão, entrando no mar somente com a prancha Ausie (super pequena para alguém do meu tamanho) e sem pé de pato. Primeiro dia foi só espuma na cabeça, peguei algumas espumas, mas não estava satisfeito. Queria surfar igual aos caras da revista.

O primeiro desafio foi procurar um pé de pato adequado. Aí eu tinha um amigo que era mergulhador e ele me deu uma idéia. Ele tinha um pé de pato jumbo e ele cortou em forma do pé de pato que eu via nas revistas gringas e aí fui eu na segunda tentativa de poder pegar as ondas lá do out side e com aquele pé de pato super pesado, porque até então só tinha pegado espuma e muita onda na cabeça.

Na minha tentativa de pegar umas ondinhas com a mirabolante idéia de transformar um pé de pato jumbo num pé de pato para bodyboarding (risos).

Logo nas primeiras tentativas vi que não tinha sido uma boa idéia, só perda de dinheiro.

Mais uma vez não consegui pagar nada. Só mais onda na cabeça e mais algumas espumas sem muita graça.

Aí um dia consegui achar um pé de pato azul, mas muito leve e muito mole que mais parecia um papel, e não levei muita fé que aquilo poderia me empurrar dentro d'água, mas não tinha muita alternativa, ou comprava aquilo ou voltava para o jumbo.

E lá fui eu de novo em mais uma tentativa de poder surfar com a galera no out side, e eu pensando que era o pé de pato, o que na verdade era a prancha que era muito pequena (risos).

Eu não tinha muitas alternativas a não ser, surfar altas ondas com aquela pranchinha minúscula.

Entrei na água meio descrente com a nova aquisição e eis que com alguma dificuldade, lá estava eu no out side junto com meus amigos amaradão.

Aí veio a segundo desafio, o que eu vou fazer quando pegar uma onda de verdade????

Aí veio eu remei, remei, batia aquele pé de pato que mais pareciam feitos de papel, fui, fui, fui até o inside e não consegui. Mas deu para sentir o gostinho e aí que quando viro para voltar veio aquela ondinha no inside para esquerda e perfeitinha começando a espumar, dei aquele impulso e nem precisei de bater muito o pé, entrei na onda e o resto foi puro instinto, coloquei no corte e via o braço de esquerda se formando, fiquei no corte da onda por alguns segundos, que na hora pareciam ser horas e horas.

Depois fui só me aperfeiçoando mais. E neste meio tempo de minhas tentativas de pegar uma onda, conheci Raquel Brandão que era namorada de um amigo meu, e não passou muito tempo ela também comprou uma prancha de bodyboarding e começamos a pegar ondas juntos todos os dias.



MANOBRAS

A parte mais difícil veio quando queríamos realizar algumas manobras, não tínhamos nenhuma noção de nada, apenas as manobras que o surf já tinha que eram o cut-back e batidas nas ondas com o fundo da prancha. Manobras como 360ª fomos aprender bem mais tarde, quando uma amiga nossa chamada Maira começou a rodar com a prancha de bodyboarding sem parar. Ela vinha na onda e colocava a mão na água e a prancha rodava. Foi aí que começamos a realizar as primeiras manobras, outras como el rolo foram bem mais difíceis, porque não tínhamos nenhuma referência, somente as fotos de revista, mas não sabíamos como executar os movimentos corretamente. Então cada um começou a aprender por conta própria e ia falando para o outro como fez e tal e por aí foi se formando a primeira geração de bodyboard capixaba.


ACBB- ASSOCIAÇÃO CAPIXABA DE BODYBOARDING

Logo depois eu vi a necessidade de se fazer uma associação e no final dos anos 80, mais precisamente em 04/11/1988 a ACBB nasceu. No primeiro ano eu comprei com meu dinheiro uma aparelhagem de som para a associação, para os eventos. Realizamos 3 etapas onde foram definidos pela primeira vez um campeão capixaba (AM) amador que foi Alexandre Feltamnn.

No ano seguinte foram aumentando o número de atletas e outros atletas ajudando na associação conseguimos realizar vários eventos nacionais numa época em que não existia circuito brasileiro de bodyboard. E ainda finalizamos os trabalhos da ACBB com uma etapa do circuito brasileiro de bodyboard.

Hoje sinto o maior orgulho de ter introduzido este esporte em meu estado e criado a ACBB. Se o bodyboarding capixaba é o que é foi porque a base que foi criada no inicio foi muito forte e solida.”



Parabéns Bodyboarder, Denner Vianez, vida longa a você e ao Bodyboarding.

2 comentários:

  1. Gratidão eterna ao Bodyboard Capíxaba.Fiquei muito emocionado com esta homenagem. Tudo que fiz pelo bodyboard capixaba fiz sempre por Amor ao esporte e nunca pensando em quando ia ganhar, queria somente a EVOLUÇÃO do esporte. Me alegra muito quando vejo noticias que algum capixaba foi campeão, sei que lá fundo tem pelo menos 2% de culpa(risos). Obrigado de coração a FEBBES pela grandiosa homenagem, fiquei muito emocionado. Obrigaduuuuu

    ResponderExcluir